O Mal e o Bem.


Santo Agostinho, como muitos de nós, tinha dificuldade de entender um mundo de sofrimento, maldades e injustiça. Acreditando, como acreditava, na bondade divina, inicialmente para entender o mal no mundo, seguia o maniqueísmo, onde existiria o mal igualmente poderoso, assim que Deus, mesmo em Sua Bondade, não poderia ser responsável por toda a maldade no mundo.
Depois, sintonizando-se com o cristianismo, acreditou que Deus é de fato onipotente, omnisciente e onipresente, mas concedeu o livre-arbítrio à humanidade, que teria pisado na bola desde o seu início pelo pecado original, mas em sua suprema bondade enviou seu Filho para redimir os pecados do mundo.
Irei tomar a liberdade de expressar minha visão sobre este processo.
Primeiro, acredito em um Deus/Deusa criador/a de uma fonte de tudo o que é. E sim, acredito como santo Agostino que concedeu o livre arbítrio a alguns lugares do universo. Alguns destes seres se afastaram, sim, da fonte. Agora pensem comigo: se é que existe alguma justiça e algum sentido de equilíbrio, acreditam que em uma única existência todos têm oportunidades iguais? O sistema que me parece mais aceitável é, sim que existe livre arbítrio, mas também existe a responsabilização, ou karma , além de muita ajuda espiritual para o retorno da harmonia divina.
Normalmente quando alguém está muito doente, não peço à luz divina para que se cure, mas antes para que o melhor aconteça para todos os envolvidos. Vários fatores podem estar envolvidos e podemos ter a humildade de reconhecer e aceitar o que desconhecemos.
Tenho compaixão por aquelas pessoas que pensam que Deus as abandonou pelo fato de suas preces e boas ações não terem sido atendidas. Acredito que Deus está, sim, sempre próximo, mas muitas vezes não da forma que gostaríamos. Não é uma barganha, mas ressonância, entrega e conexão.
Não acredito também em pecado original e culpa. É uma forma de manipulação e controle. Sei que poderemos nos conectar diretamente à luz divina, sem intermediários. A partir desta conexão poderemos discernir quem ou o quê poderá sim nos ajudar.
Assim como Jesus, outros grandes mestres criaram grandes colunas de Luz, estradas ou pontes que podem nos ajudar a nos conectarmos à fonte. Mas não precisamos nos sentir culpados, não morreram pelos nossos pecados, mas se sacrificaram por Amor ao divino presente na essência de toda manifestação e em todos os seres. E ao serviço do despertar universal.
Quando nos conectamos ao nosso Eu superior, à totalidade de nosso ser, nos conectamos com a Fonte na qual nosso ser superior está imerso. E estaremos em uma conexão profunda com tudo e todos, em uma grande unidade. Podemos chamar este estado de iluminação, mas não tenhamos a ilusão de que é o final de todo o processo. Em realidade é um novo início. Existe, sim, a paz eterna, a paz que ultrapassa todo o entendimento, mas o descanso eterno ou o arder eternamente no fogo eterno, acreditem, são histórias de carochinhas, pura manipulação.
Muita paz, alegria e rápida iluminação para todos.
Betôh, setembro de 2020

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