Quando Luke Skywalker luta com seu pai no segundo episódio de Star Wars, e perde a mão em uma batalha de Jediais, as plateias do mundo inteiro se compadecem com a dor do herói. Mas o que está por trás desta dolorosa cena?
Toda a trilogia de George Lucas é baseada na obra do filósofo Joseph Campbell chamada O poder do Mito. No caso o personagem Luke Skywalker representa um guerreiro que busca entender o poder da intuição, e para quem viu a série pode se lembrar que ele foi treinado pelo sábio Yoda a lutar de olhos vendados, desta forma ele só usaria a sua intuição para saber como enfrentar o “poder do mal” no caso representado por Darth Vader seu próprio pai.
Quando ele luta de olhos vendados ele só se defende, e evita a reatividade, pois a reatividade o levaria a sair da intuição, e somente usar a sua mente. Neste momento ele estaria em desvantagem na luta com o pai, pois a mente do pai era muito mais forte.
Darth Vader como representante da sombra na mitologia do filme era compreendido como a mente controlada pelo mal. Distraidamente poderíamos achar que assistimos um filme inocente de capa e espada, mas não foi isso que o George Lucas quis mostrar.
O que se revela no filme é uma história mitológica que mostra a nossa batalha diária de como funciona os nossos aspectos femininos, a intuição e os nossos aspectos masculinos que moram na mente. Esta é a nossa batalha pessoal de jedais.
Em um ambiente de paz, estes aspectos que estão em oposição estão integrados, assim a intuição guia a mente a agir de forma amorosa a fim de conseguir fazer escolhas. Isso se chama discernimento espiritual.
A nossa intuição quando escutada, ela é capaz de nos guiar para os lugares onde moram o idealismo, ou os nossos propósitos. Ideal é propósito são os anseios da alma, pois para ela se expandir suas necessidades precisam ser preenchidas.
Mas como vivemos em um mundo de separação, ainda compreendido por ser um lugar entre a luta do bem e do mal, nós também separamos o masculino do feminino.
As mulheres têm um acesso mais direto ao poder da intuição do que os homens, e os homens por sua vez tem uma facilidade maior para lidar com as características da mente, no caso a ação.
Não vou entrar na discussão religiosa sobre a caça as bruxas, mas no passado tivemos sociedades matriarcais onde a mulher tinha o poder de tomar as decisões espirituais inspirando os homens a tomar as atitudes corretas.
Este poder foi tomado delas pelas religiões controladas por homens que sabiam que uma vez sem o poder da intuição, a humanidade seria facilmente dominada e controlada. Criou-se a cultura de somente usar o medo como controle tirando o acesso do coração que se dá pela intuição. Desta forma hoje somos um pássaro que tenta voar apenas com uma asa, definiu uma amigo chamado Seiji.
Mas agora estamos vivendo em um tempo onde a Luz está inundando as Sombras com esclarecimento, e tudo que estava escondido está sendo exposto.
Muitas batalhas de Jedais estão sendo travadas, mas não podemos cair na tentação de sermos reativos, pois a reatividade é uma forma de darmos poder a mente, e isso é exatamente o que as nossas sombras necessitam. Desta forma toda a atitude machista não pode ser enfrentada com a mesma polaridade, pois isso é uma forma de retroalimentá-la.
A meu ver é isso que os movimentos feministas provocam, pois eles estão carregados de elementos das mentes controladas como ressentimento, ódio, mágoa, revanchismo e por aí vai.
As atitudes reativas levam a mais lutas, e o que levou Luke Skywalker a não dar o golpe fatal em seu pai na batalha final foi quando ele baixou a sua espada de Luz e disse que jamais iria se render ao lado da Sombra. É um momento emocionante do filme, onde finalmente ele entende o que é a redenção. É a mente se entregando ao coração, que entende que as nossas decisões devem seguir esta ordem. Um mente inspirada pela intuição, ou um homem inspirado por uma mulher.
Este episódio da nossa história tem uma simbologia muito forte para mim. Eu entendo a pandemia como um evento que veio para colocar todos nós dentro da mesma sincronicidade do planeta. Nosso planeta está em uma frequência mais elevada, e precisávamos deste tempo de reflexão para nos observarmos com mais atenção, e pelo sentir acessarmos o nosso coração, ou poder intuitivo, transformando o nosso padrão de comportamento.
As nossas atitudes para serem mais amorosas, elas precisam seguir este padrão que me referi, desta forma nossa frequência se elevará, nos igualando ao mesmo ciclo da Terra. O convite está feito, e me parece que é o último nestes tempos.
As transformações virão com muita velocidade, e não é hora de atitudes de separação, revanchismo ou de mágoas. Chegou o tempo de perdoar, apagar ressentimentos, e de apaziguarmos os corações.
As militâncias que me perdoem, mas chegou o tempo de baixar a espada. Todo aquele que está indo para o confronto, o deboche, a intolerância está a serviço da sua sombra que é controlada por uma sombra maior.
Beto Pandiani
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