Sabemos que a maior parte das palestras de Jesus aos seus discípulos era sobre o reino dos céus. Não ao público em geral, onde passava seus ensinamentos através de parábolas sobre assuntos éticos e espirituais, mas aos seus discípulos.
Eles ficavam desnorteados, Quando indagavam quando chegaria o reino dos céus, Jesus respondia que já havia chegado e eles apenas não percebiam. Quando perguntavam onde poderiam, então encontrar o reino dos céus, Ele respondia que não estava nem no ar, nem na terra, nem na agua é como se estivesse em todos os lugares e em nenhum simultaneamente. Quando, então, tentavam perguntar como atingir o reino dos céus, respondia simplesmente que encontrariam o reino dos céus quando o masculino fosse como feminino, o alto como o baixo, o dentro como fora e para isto precisariam ser como criancinhas sendo amamentadas. Simplesmente não entendiam e ficavam loucos. Não é a toa que depois deram tanta ênfase da crucificação e ressurreição.
Acredito que estamos falando em um estado de consciência e harmonia, que está manifestado plenamente nas esferas superiores, mas não ainda em nossa dimensão, se bem que muitos já possam estar dentro desta ressonância, temporária ou permanentemente. Aqueles que conseguem se estabilizar nesta frequência são nomeados pelas escrituras como os justos, no sentido que conseguem se sintonizar pelo menos em uma grande parte do tempo com estas frequências.
O que podemos esperar neste reino? Primeiro e acima de tudo é claro que muita harmonia. Um sentido de unidade dentro da diversidade. Um padrão de ressonância divino que se manifesta em todos os campos de experiência, humanos ou não. Uma grande compaixão, entendimento e amorosidade entre tudo e todos. Um sentimento de que existe um grande oceano de luz que permeia todos os espaços, independente da diferença de crenças ou de formas de manifestação. Um sentimento de proximidade com a energia divina e com o próximo, não importa como ele se apresente ou se comporte.
A síntese deste ensinamento, nem precisaria dizer, é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Não esquecendo que o próximo pode até ter a aparência de um inimigo. Neste estado de espírito já teremos entrado no reino, onde quer que estejamos. E não significa que precisaremos ser bonzinhos, sem reação às injustiças e negatividades, mas precisaremos estar dentro deste espírito de tentar construir pontes antes de subir muros. A partir deste ponto poderemos atuar como for necessário.
Betôh, abril de 2016
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