Sobre o Amor

Amor é um sentir profundo, uma expressão de plenitude, um êxtase de maravilhoso.
É uma lembrança da Fonte, e a própria Fonte sonhando-se encontros.
É inundar o ser amado com nosso ser apenas para encontrarmos a nós mesmos.
É sentir-se em unidade e cuidar.

Em um determinado espaço/tempo todos participamos de uma grande dança de unidade e por algum motivo estamos experenciando a separação. Provavelmente para expandirmos a autoconsciência. Mas o fato é que nos sentimos isolados ,tristes e com aquela enorme sensação de vazio.
Procuramos nos curar através do encontro com o outro, com a natureza e com todas as coisas. E este é realmente um caminho de amor. Os problemas surgem quando nos sentimos proprietários da energia do outro ser, pensando que nos pertence. Confundimos o mar com o porto.
O nosso primeiro amor deve ser dirigido para nossa alma, que é a janela que temos para tudo e para todos, mantendo sempre nosso equilíbrio dentro dos grandes movimentos de encontros e desencontros; de envolvimentos e uniões, mas também de afastamentos, que eventualmente podem ser uma expressão amorosa, como uma águia que expulsa do ninho sua cria quando sente que estão prontos para o voo,
Uma grande brincadeira de encantamento e sedução, mas não vamos levar muito a sério, querendo a união a qualquer custo. Talvez o outro, este outro, não esteja querendo brincar, pelo menos não neste momento, não deste jeito. Não nos desesperemos, podemos respeitar as resistências e a janela de nossa alma poderá nos levar por outros caminhos. Não vamos confundir o porto com o mar.
De resto, é uma brincadeira muito particular, muito dos que brincam e não vamos deixar que os outros nos falem o que devemos ou não fazer, o que podemos ou não fazer, tenhamos certeza que Deus e a Deusa adoram nossa liberdade e criatividade e se divertem muito com a gente e através da gente.
Betôh, fevereiro 1995.